6 de maio de 2009

e um pouco mais de...


Começam com uma troca de olhares, que deixam bem mais a desejar. Dizem as primeiras palavras, o receio desaparece e as mãos tocam-se. Mais uns dias de conversa, as palavras evoluem, deixam-se entrar no ritmo e avançam mais um pouco.
Uma noite de festa, a música toca e os corpos mexem-se ao som da mesma, os sentidos ficam inebriados e as mãos poisam na cintura. Olham-se, aproximam-se e os lábios tocam-se, enquanto a mão dela o agarra no pescoço e a dele permanece nas ancas. Um pouco mais de aventura, vão além dos limites impostos e proferem palavras que apenas são ditas no calor do momento. A pouco e pouco exploram o corpo um do outro, mas ficam-se por aqui, o à-vontade ainda é pouco.
Mais uns dias de aproximação, “amo-te”, “és a minha vida”, e os momentos juntos são aproveitados de todas as maneiras – “hoje estou sozinho em casa, vem” – as emoções sobem, o calor é imenso, “deixa-me tirar a camisola” e, de repente vêem-se no meio dos lençóis, os cabelos revolteados, “tens a certeza?”, “sim, eu amo-te”. E acontece.

Pura e simplesmente acontece. E no espaço de três semanas, a nossa geração descobre os prazeres que a vida tem.
Basta uma semana para se beijarem, duas para dizerem que se amam e três para irem ao limite e fazerem sexo. É apenas isso, algo que acontece no calor do momento, as emoções são mais fortes, mas o amor, esse não existe.
Mete-me nojo, não que tenha alguma coisa contra tal, mas há certas coisas que gosto à maneira antiga. Trata-se da nossa integridade física, da nossa “pureza” por assim dizer, e arriscamo-nos a perder um dos momentos mais especiais da vida só por causa de uma paixoneta de adolescentes. E é assim que vivemos de hoje em dia, rodeados de adolescentes a saltar de entusiasmo para que esse momento aconteça, não pela sua importância, mas unicamente pelo prazer que isso lhes traz.

No dia seguinte, está o rapaz (ou a rapariga) a dizer, “desculpa, mas acho que não te amo da mesma forma que me amas”. E nesse momento, a(o) parceira(o) percebe que se precipitou e nem pensou nas consequências. Afinal não era amor.
E o momento especial, de repente parece um disparate autêntico. “Bolas, que raio fui fazer eu?”

Pois é, acontece. Tal como aconteceu nessa tarde em casa dele(a).
Agora já está.

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