8 de abril de 2010

Tenho saudades do teu cheiro. Era só teu. De quando te emprestava algo e quando lhe tocava de novo, o teu perfume era meu por momentos. Sinto tanta falta de quando me embalavas nos teus braços quando estava menos bem. Sabias sempre quando devias manter o silêncio e deixar as minhas lágrimas correr ou quando devias dizer daquelas coisas que só tu dizes, que nos fazem remoer as palavrinhas uma por uma até adquirir o significado. Eram as coisas simples que nos alimentavam. Ainda são. Ainda é do banal que construímos o extraordinário, é do dia-a-dia que tiramos a simplicidade complexa que nos esvazia de tudo o resto. Tenho saudades. De quando me olhavas, achando-me desprevenida, e eu mantinha-me assim, só para a magia do teu olhar se prolongar durante mais um instante. E depois quando o teu olhar encontrava o meu, o som do meu riso era puro. Vou ter contigo. Vens ao meu encontro?

No sítio do costume.

(Fotografia: Daniel Camacho)

3 comentários: