
Nada me diz o que sentes, são meras palavras. Foram esperanças vãs embrulhadas em rebuçados felizes. Nada me diz que o sentes, sequer. Não basta dizer, mas sim dizer com o sentimento. É a sensação de dor. É a sensação da perda.
Nem que me afogue em lágrimas, mas superarei. Nem que me enterre em palavras amargas e sorrisos negados, há-de chegar o minuto eterno em que me entregarei aos céus da tranquilidade e da paz, pés descalços em flores coloridas.
Não chores, não chores. Não mostres a tua fraqueza, não mostres os teus pontos fracos. Não mostres o quanto te magoa esse desprezo frio e essas desculpas falsas. Não mostres que estás capaz de rastejar no chão de tanta dor que sentes. Não mostres, Susana.
Não chores, não chores. Não mostres a tua fraqueza, não mostres os teus pontos fracos. Não mostres o quanto te magoa esse desprezo frio e essas desculpas falsas. Não mostres que estás capaz de rastejar no chão de tanta dor que sentes. Não mostres, Susana.
Sinto-me uma só, sinto-me muitas e nenhuma. Não me conheço, não me encontro. Olho-me ao espelho e assusto-me com o resultado: vejo lábios de amargura, cabelos de solidão, olhos de vazio e face de abandono. Vejo o coração pendurado ao pulso e penso “como foste verdadeiro e agora não me dizes nada”. Viro as costas a este cenário, tento encontrar o novo caminho, (talvez) o certo. Não consigo, simplesmente encontro-me num beco sem saída, chama-se desilusão. Tenho que voltar para trás, percorrer o mesmo trilho, desta vez, (re)vivendo as recordações e aprendendo com elas. Sofrendo com elas. Vendo a felicidade que será tristeza nos meus olhos. Vendo sorrisos onde hoje estão lágrimas.
Quero por tudo numa só frase e não encontro as palavras. Quero por tudo numa só lágrima e não encontro a força necessária. Quero por tudo para trás das costas e não encontro a coragem. Quero sentir o arrependimento. E só sinto ainda a esperança vã que me atormenta. Uma esperança vã que não me dá alento, uma réstia de luz que quero apagar para seguir em frente e não me larga. Que me mantém presa no tempo. Que não me seca as lágrimas, que não me fecha os olhos.
Tens a chave, terás para sempre. É tua. Leva-a, faz com ela o que quiseres. Mas, quando voltares, a fechadura pode ser outra.
– “Às vezes a fechadura cede mesmo com a chave errada.” – Pois cede. Mas podemos evitar. E, por um momento, pensarei em mim. E vais ver, a fechadura não vai ceder. Vai-te soar fria, cruel. E distante. Porque já a tiveste bem perto e segura, já a tiveste no coração e não deste valor.
Nada me diz o que sentes, são meras palavras. A verdade vejo-a eu nos teus olhos. É o final, é o ponto final. É o céu a desabar e a dor no peito. Insuportável, agoniante. São os pés descalços em chão duro e frio, é o vento que corta, é a lágrima que suporta.
Deixarei de viver em função de ti, tal como intimamente o desejas, sem o expressar. Deixarei com que este coração pense somente em ti.
Sim, nem que me afogue em lágrimas.
Sue* não deixes de escrever
ResponderEliminarLiberta-te
este blog é simplesmente fantástico !
ResponderEliminartens magia nas palavras, tens arte no pensamento, parabéns !
gostei...simples, bonito, com sentimento....
ResponderEliminarvisita-me em saomeraspalavrasqueescrevo.blogspot.com