16 de janeiro de 2009

A vida passa e nada deixa.


Azul. O céu estava azul. Um azul intenso, límpido, apenas se viam umas réstias brancas espalhadas. O sol brilhava, de forma suave mas enérgica ao mesmo tempo.
Estava-se bem na rua. Eu caminhava lentamente pela relva fofa do parque, parecia que estava a flutuar e não tocava no chão. Era uma sensação agradável. Viam-se famílias a aproveitarem a tarde amena do Outono. Não me viam, estavam embrenhadas no seu momento em conjunto e nas brincadeiras. Deitei-me e fiquei a olhar para o céu. Via as nuvens a movimentarem-se lentamente, a adquirirem novas formas e feitios. Senti a brisa leve e fresca na minha face e fechei os olhos.
Sentia o Sol na minha pele, e ouvia ao longe os risos alegres de crianças.
Fui transportada, pela minha mente, para outro lugar. Via-me ali, naquele mesmo parque, mas à algum tempo atrás. Estava feliz, estava-me a rir. Via-se a felicidade nos meus olhos e no som do meu riso. Andava de baloiço como se fosse uma menina pequena e descia no escorrega como uma criança corre para um gelado. Não estava sozinha. Estava alguém comigo, mas que não distinguia ao longe. Conhecia aquele vulto de algum lado, a forma de se mexer e de me tocar, mas não me lembrava quem era. Mas via-se que essa sombra me fazia sorrir. Aproximei-me para ver quem era e, logo após ter reconhecido a pessoa, arrependi-me de me ter aproximado. A lágrima caiu. E a seguir outras jorraram dos meus olhos incessantemente. Queria sair daquele sonho. Queria abrir os olhos!
Acordei repentinamente, estremunhada e ainda angustiada por ter visto aquela cara novamente. Os soluços formavam-se na minha garganta e eram incontroláveis.
Levantei-me e olhei à minha volta. O parque estava agora vazio. Estava a anoitecer e chovia. A chuva molhava-me as roupas e a cara, escorria e misturava-se com as lágrimas. Uma luz rasgou o céu e ouviu-se o trovão segundos a seguir. O vento, agora forte, revolteava os meus cabelos com tanta violência que parecia querer levar-me com ele. Olhei à minha volta, ainda confusa por ter adormecido e tentado orientar-me. E vi (-o). Vi aquele vulto. E reconheci nele a forma de se movimentar. Relembrei o sonho e sim, era ele. Quando voltei a olhar, tinha desaparecido. A lágrima rolou (de novo).
Saí do parque ainda a soluçar. Tinha frio e estava angustiada.
Porque enquanto fechei os olhos no parque, a vida continuou a correr. E eu perdia o tempo a voltar aos sonhos quando, na verdade, a pessoa que eu (não) queria relembrar se encontrava no mesmo local que eu.
Porque o tempo avança e tudo muda.

5 comentários:

  1. Meu amor , tens noção que este é o melhor blog existente na internet ? :')
    Este texto.. este texto tá fantástico ^^
    Sabes bem o que penso sobre isto .[fui das primeiras a ler esta preciosidade xD]
    Escreves tão bem , meu amor .
    Quando voltas a escrever-me um daqueles teus texto'zões ? São tão bonitos **.
    Meu amor .. torna a escrver e publica .
    Vais ver que este blog vai fazer alte sucesso .
    Beijinho *

    5 letrinhas secretas *.*

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  2. Este texto ta lindoo.. Sabes o q penso sobre ele, e ele dirige se a alguem mas esse alguem é um bocado "burro" e nao percebe nada !!

    Escreves lindamente e com sentimento... Adoro os teus textos susu ^^

    Beijinho*

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  3. Simplesmente lindo o teu blog e os teus textos tb...é só inspiração lOol...agora finalmete consegui fazer o meu,dá lá uma espreitadela..se precisares dp de alguma coisita diz =]

    Bjinhoo *.*

    Pipita

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  4. Vives enquanto sonhas
    Sonhas e vives dos sonhos
    Toda a tua vida é sonho
    Uma sensação
    Um momento
    Vive-se, não se imagina
    Inspiração que se busca
    E deixa-se findar
    Viver?
    Basta sonhar.
    Sonhar?
    Basta sentir.
    Vive e sonha, não como queres mas como és.

    Last Dreamer

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  5. Gostei muito do blog. Identifico-me. E adoro a escrita. beijinhos

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