20 de fevereiro de 2009

adeus (não volto a escrever-te)


Não sei como te escrever. Já tentei até deixar de escrever somente para ti, mas a mente obriga-me, a cada momento, a pensar unicamente na tua pessoa.

“Algum dia tem que terminar” – pois bem, decidi que hoje podia ser o dia ideal para te deixar de escrever. Não interessa o porquê de hoje ser o dia escolhido, mas talvez tivesse sido a minha alma a manifestar-se contra a prisão em que está metida. O que importa é que, o longo de todo o dia, apareceste na minha cabeça vezes de mais. Começou logo de manhã ao acordar, dia 20. Prolongou-se ao longo da tarde, onde me cruzei contigo e tive que falar como se estivesse tudo bem entre nós e, minutos mais tarde, encontrei a rapariguinha com que agora te andas a relacionar. Acabei sentada exactamente no sítio onde me beijaste pela primeira vez, tirei o caderno e pensei “estão a tentar dizer-me qualquer coisa”. Escrevi (-te).

Já me tinha apercebido que o nosso final há muito tinha chegado, mas o meu erro foi não ter consciencializado esse facto. Deixava-me arrastar pela torrente de dor que a tua partida me trás, deixava-me guiar pela mão da escuridão como se fosse a minha melhor amiga e vivia assim, a sofrer, sem fazer o mínimo de esforço para sair deste poço.
Cada vez que começava um novo dia lá vinha o teu fantasma assombrar-me. Mas agora entendi, ele vinha porque o chamava. A sensação de te ter perdido era tão grande que eu queria sentir a dor que o teu fantasma me dá, só para sentir ainda algo teu. Não interessava o quê, mas eu queria sentir-te.

Não ando à procura de lamentações, nem estou à espera de lágrimas com este texto. Queria apenas dar uma despedida digna à nossa amizade, a que eu acho que ela merece por tudo o que foi e tudo o que me deu. Passámos os melhores momentos, nunca os esquecerei, mas ficarão bem escondidos na minha memória, não por te querer apagar, mas por não te querer recordar.

Talvez um dia te volte a escrever, quando me fores indiferente. Talvez um dia eu consiga recordar os nossos momentos e escrever sobre eles positivamente, com uma lágrima a invadir-me, mas de alegria por teres deixado a tua marca na minha vida. Talvez um dia, não sei.
Mas hoje, queria apenas escrever o Adeus. Um Até Já seria mais agradável, mas a vida não é para ser agradável e muito menos um Conto de Fadas e, admito, vou ser covarde. Vou optar pela maneira mais fácil, que é acabar com tudo. É definitivo.
Talvez um dia, mas agora é definitivo. Hoje, parto em busca do que é meu.

Escrevo as últimas linhas e sinto o aperto no coração, como se ele soubesse que a razão por qual ele bate vai deixar de existir. A mão começa a tremer e a fraquejar, mas a cabeça erguida e a Vida que me espera ajudam-me a prosseguir.
Porque já foste o meu futuro, já foste o meu presente, mas agora és o meu passado.
Digo apenas um adeus, o que penso deixo escrito aqui, para que um dia saibas que sofri todos os dias, sem ti.

Sei que nunca te esquecerei, que sempre te amarei, Peter Pan.

4 comentários:

  1. Gostei muito, muito. Eu espero mesmo que realmente consigas ter a chave do teu coração outra vez, e acima de tudo, o coração inteiro!
    Eu acredito que eu vou conseguir, aliás já o sinto, portanto eu sei que tb vais :)
    vou adicionar, *

    um beijinho *

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  2. Sue...os teus textos sao divinais...lindos,fantasticos...tipo...fico smpre sem palavras p descrever lol...segui o teu conselho...escrevi um texto meu...é peque e foi mt feito á pressao...ultimamente n tenho tido tempo p mt coisa =S axo que ta grande coisa mas o que sinto é algo dificil de explicar...deves entender lol...dp dá uma olhadela...

    Bjuju enorme <3<3<3

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  3. este foi o primeiro texto que li teu! e as lágrimas encheram os meus olhos. indentifico-me em cada palavra, em cada angustia, em cada sentimento.
    mas admiro-te por teres escrito a última vez, eu um dia também hei-de conseguir :)

    obrigada pela opinião e obrigada por nos presenteares com textos lindos*

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