
Sentir? Já não sei o que é.
Nos meus poucos anos de vida, já senti muita coisa, alegria, tristeza, amor, ódio, paixão, embaraço, vergonha, carinho… Já senti coisas tão variadas, num momento paixão e no outro a seguir indiferença, num minuto já senti afecto e no outro desilusão. Mas hoje… Hoje, aqui e agora, não sinto nada. A única coisa que sinto é o vazio. Mas o vazio não é sentir e então, será que na verdade ainda sinto? Já não sei, sinceramente.
Senti tudo ao longo destes anos e, agora vejo-me aqui sentada num banco a escrever no meu telemóvel, já que não tenho papel. E não sinto absolutamente nada. Acho que já nem sei a sensação de sentir. Está sol, mas não sinto o calor no meu corpo hoje tão frágil (será que sinto que ele é frágil?). Ouço os pássaros, mas não sinto a sua música a invadir-me. Vejo os carros a passarem, mas já nem me incomoda saber que ali viajam famílias a fingir que são felizes, no seu típico passeio de domingo.
Nos meus poucos anos de vida, já senti muita coisa, alegria, tristeza, amor, ódio, paixão, embaraço, vergonha, carinho… Já senti coisas tão variadas, num momento paixão e no outro a seguir indiferença, num minuto já senti afecto e no outro desilusão. Mas hoje… Hoje, aqui e agora, não sinto nada. A única coisa que sinto é o vazio. Mas o vazio não é sentir e então, será que na verdade ainda sinto? Já não sei, sinceramente.
Senti tudo ao longo destes anos e, agora vejo-me aqui sentada num banco a escrever no meu telemóvel, já que não tenho papel. E não sinto absolutamente nada. Acho que já nem sei a sensação de sentir. Está sol, mas não sinto o calor no meu corpo hoje tão frágil (será que sinto que ele é frágil?). Ouço os pássaros, mas não sinto a sua música a invadir-me. Vejo os carros a passarem, mas já nem me incomoda saber que ali viajam famílias a fingir que são felizes, no seu típico passeio de domingo.
Ouço os meus pais a conversarem, a falar sobre os dois filhos cada vez mais adultos, mas já nem a tristeza deles consigo sentir. Vejo nos seus rostos marcados por uma cruel vida um traço de abandono, como que adivinhando que estou prestes a partir.
Para onde? Nem eu sei. Tento antecipar cada vez mais o momento da minha partida, porque vejo agora o desespero no meu olhar sempre que me vejo ao espelho. Mas já nem sinto nada. Já nem pena de mim mesma sinto e não sei o que é pior, se sentir pena, se não sentir nada em relação a nós mesmos.
Para onde? Nem eu sei. Tento antecipar cada vez mais o momento da minha partida, porque vejo agora o desespero no meu olhar sempre que me vejo ao espelho. Mas já nem sinto nada. Já nem pena de mim mesma sinto e não sei o que é pior, se sentir pena, se não sentir nada em relação a nós mesmos.
Agora que não sinto, não sei o que fazer. No pouco (muito) que vivi, sempre consegui lutar contra as adversidades que a vida me trazia, melhor ou pior, mas consegui sempre. E sozinha. Remei contra a maré, enfrentei ventos e tempestades. Mas hoje não, não luto. A maré está forte, ou então sou eu que estou fraca. Talvez seja isso.
Deixo-me levar pela corrente de sentimentos que não sinto e não entro em guerra com eles, não quero entrar em contacto com esse mundo de sentir e fazer sentir. Não quero ser embalada pelos sentimentos, e muito menos que os despertem em mim. Quero adormecer com o vazio. E acordar quando tudo o que me querem fazer sentir não existir.
Hoje, não sinto nada.
Mas afinal, o que é sentir?
Hoje, não sinto nada.
Mas afinal, o que é sentir?
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